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AUTORIDADE ESPIRITUAL
"E falaram-lhe deste modo: Dize-nos, com que autoridade fazes tu estas coisas? Ou, quem é o que te deu esta autoridade?", Luc.20:2

O meu coração hoje começou a meditar sobre a autoridade. Não foi uma coisa voluntária, mas surgiu. É estranho ver Jesus entrar nos Templos hebraicos e tomar conta do púlpito na cara dos donos desses púlpitos. Jesus entrava no templo e tomava as atenções do povo que os Fariseus lideravam. Aquele povo era deles. O mais estranho de tudo era que Jesus entrava nos templos dos Fariseus, pregava para o povo que "pertencia" aos Fariseus e ainda dizia as coisas que queria dizer (e não aquilo que suas leis e doutrinas ditavam). Não consultava doutrina, não buscava a aprovação do núcleo religioso, não respeitava a opinião do Sumo Sacerdote e pregava horas e horas seguidas sem ser interrompido. Não tinha hora de culto, não tinha hora marcada para começar e nem para terminar. Jesus pegava em nosso tempo e fazia dele o que queria, colocava em nossos ouvidos aquilo que queria, quando queria e pelo tempo que queria. Nosso tempo não era nosso, não depende da disposição das pessoas, não olha se estão alegres ou tristes quando fala, só fala a verdade doa a quem doer, alegre quem alegrar. Nem quando a verdade nos alegrasse Ele via isso como um fator determinante para falar tudo aquilo que desejava falar. E o povo não queria deixar de ouvi-Lo.

Você como pastor permitiria que alguém que prega uma doutrina diferente da sua, dum jeito diferente do seu, fizesse tudo isso que Jesus fez? Não seria muito difícil você apoiar a tese dos Fariseus, pois era aparentemente justa. Por essa razão resolveram perguntar-lhe: "Diz-nos, com que autoridade fazes tu estas coisas? Ou, quem é o que te deu esta autoridade?"

Que autoridade era esta que Jesus tinha? Porque razão Ele dominava humildemente o terreno onde pisava? Qual a razão porque os ouvidos do povo não perdiam uma única palavra de tudo quanto dizia? Que mais ingredientes havia em Jesus que complementavam toda aquela autoridade que confundia até os próprios Fariseus? Porque razão Jesus conseguia pregar dentro dos templos e das sinagogas sem necessitar de autorização escrita de ninguém. Até Paulo necessitava de cartas do Sumo Sacerdote para matar algumas pessoas. E a próxima pergunta é inevitável: quem mais terá autoridade para agir assim? O que nos dá autoridade de falarmos, de vivermos assim, como se nem necessitássemos de palavras para lhe darmos aquele suporte que corrobora tudo aquilo que fazemos? Quem tem esta autoridade nem precisa justificar-se ou explicar-se muito. Faz e pronto! Nem se preocupa com os frutos e nem com as conseqüências.

Em primeiro lugar, esta autoridade tem de ser dada por Deus – tem de ser mesmo real. "Não terias esta autoridade se não tivesse sido dada de cima", Jesus disse. Podemos ter autoridade porque nos foi dada pelo corpo eclesiástico, pela igreja e tudo mais sem que haja sido dada por Deus. Paulo recebeu cartas de recomendação dos lideres eclesiásticos e operava contra Deus.

Em segundo lugar, esta autoridade é natural. Quando é algo natural e que nos pertence não necessitamos explicações, justificações, recomendações e outras coisas mais. É algo que vive conosco, sobrevive a todas as acusações, perdura e não se murcha através das circunstancias, ocasiões, horas do dia ou lugares onde possamos estar. É algo que anda conosco como andaria nossa cabeça, nossos membros e nossos pensamentos. Esta autoridade só deixa de andar conosco quando ela deixa de estar conosco, quando a negamos, sempre que pecamos, se nos admiramos com o que conseguimos por Deus, se nos orgulhamos ou quando a negligenciamos em algum aspecto.

Em terceiro lugar, esta autoridade tem como base firme, como suporte seguro a nossa vida. Precisamos ter autoridade moral sempre – mesmo quando não temos nenhuma outra. Sem esta autoridade moral por ascendência, não teremos como ou porque termos a autoridade humilde de Cristo em nós, aquela que nos faz pregar o evangelho nos templos dos Fariseus, nos edifícios governamentais e perante reis nos palácios deles ou plebeus na rua à volta do lixo. Toda a nossa viva e vivência deve ser normal e perfeita, natural e perfeita, séria e que existe sem que seja apenas na aparência. Se nossa vida não é reta em todos os aspectos, a autoridade que temos ou que teríamos perde-se no ar. Ninguém pode ter a autoridade de Deus na Igreja se não vive bem com Deus e pessoas em sua própria casa – mesmo que tenha outra autoridade dentro da igreja nessas circunstâncias, a de Deus não terá. Ninguém terá autoridade vinda de Deus se não vive fora de casa aquilo que experimenta e vive com Deus em privado. E ninguém obterá autoridade de Deus se não não tiver capacidade de trazer para diante de Deus tudo aquilo que vive fora do seu quarto, do seu lugar secreto com Deus. Quero dizer, apenas, que tudo aquilo que vivemos e fazemos não deve ser vergonhoso e devemos ter a liberdade de pensar nelas diante de Deus quando oramos ou lemos a Bíblia. Nossa vida deve ser sempre igual em todo lado. Mas, se forem coisas que nos envergonham, ainda assim devemos poder colocá-las diante de Deus. Devemos ter essa liberdade de nos abrirmos diante de Deus, de estarmos sempre e continuamente escancarados diante de quem nos criou.

Um ultimo aspecto que quero frisar aqui a este respeito, é aquele suporte da autoridade que nos advém por andarmos na luz com Deus completamente  escancarados e abertos diante d’Ele. Se andarmos assim, a nossa autoridade será natural – até mesmo quando nem mais nos apercebemos dela!

Para concluir: autoridade de Deus existe quando Deus nos dá – vem de Deus; está presente quando andamos com Deus integralmente; fala alto quando nossa vida está limpa e inocente diante de todos os homens de todas as espécies e diante de Deus em todos os outros aspetos também; concretiza-se quando andamos na Luz como Deus está na luz – nem menos e nem mais que isso.

José Mateus

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