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PORQUE RAZÃO AS PESSOAS SE ENVERGONHAM DE DEUS?
"Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Assim pois, por vossa causa, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios, como está escrito", Rom.2:23-24

Naquele tempo havia os que se achavam serem o povo de Deus e os que eram conhecidos por gentios, isto é, alienados de Deus. Agora existem os crentes e os descrentes, os considerados ímpios e profanos e os que acham que crêem em Deus. Na verdade, nada mudou em relação a tudo isto: uns fazem coisas para si mesmos para ajudar os outros (descrentes) a envergonharem-se de Deus.

Os crentes vivem uma vida pouco real, pouco natural e é isso que coloca sérias dúvidas como jugo sobre as feras que devoram o nome de Deus. Na verdade, caso Deus fosse Vivo e visto entre estes conforme Ele é de facto, poucos o rejeitariam. Vemos que, sempre que se vive e convive com Deus de perto e de verdade, as primeiras e quase únicas pessoas a rejeitarem e a desprezarem tais ocorrências, são os religiosos e os crentes porque tudo quanto vêm difere bastante de sua própria experiência pessoal. Foi assim em Jerusalém, será assim em qualquer parte do mundo ainda. Hoje, quem impede que as pessoas se salvem vendo verdade são, na sua grande maioria, os que pregam. Mas quando algo acontece que concentra a atenção do povo comum sobre uma realidade verídica e para além das experiências religiosas que as pessoas estão habituadas a ver, quando a atenção duma comunidade ou apenas dum indivíduo passa por cima do religioso para descobrir a realidade dum Deus realmente vivo e distinto, todos se apercebem que tudo quanto ouviram dos líderes religiosos (até dos mais certos e distintos), está saturado de erro, não só de erro de interpretação, mas mais do erro da sua própria vivência em si. Os líderes religiosos quase nunca experimentam aquilo que pregam e quando dizem que experimentam, é sobejamente falso e falsificado. Por isso vem escrito sobre esses que, "Tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo?" Rom.2:21. Por essa razão lemos sobre os Apóstolos que "e caindo na graça de todo o povo… cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos", Act.2:47. É interessante verificar que os apóstolos caíam na graça do povo e nem saiam para agradar gente.

A Bíblia é um mistério, de facto, mas acho que o é apenas porque quem se usa do Livro mais vendido de sempre é mais leigo sobre as verdades e realidades das quais ela fala e expõe como coisas naturais e simples, do que aquele que nunca a leu. Os crentes facilmente se desculpam dizendo que, caso escolhamos uma via onde as coisas que a Bíblia nos fala se tornem públicas, práticas e reais, caso se busque um tal caminho para nossas vidas, isso pode ser visto como "falta de fé". Na verdade, sua "falta de fé" é uma "falta de vontade de fazer as coisas" de Deus da maneira certa. Se formos a avaliar honestamente, veremos que as pessoas que pregam e se emocionam pregando, são as que estão mais incrédulas, pois para elas tudo é um simples jogo de imaginação daquilo que deveria ser simplesmente real, natural e normalíssimo em suas vidas. Ninguém se admira de coisas normais. O que a Bíblia nos ensina, no entanto, é que fé é crer naquilo que é verdade e real, por muito invisível que seja. O ar que respiramos é de facto invisível, nossos pensamentos também o são para todos nós, mas são das coisas que mais nos usamos de forma muito natural e de forma muito real. Imaginemos o que aconteceria se o ar que respiramos fosse tão irreal como os crentes fazem que Deus seja! E nós nem podemos mentir, falando que Ele é real quando nem é.

Na verdade, entre um ateu e um crente não existem muitas diferenças práticas no tocante a verdades sobre um Deus realmente Vivo. E não é com pouca frequência assim que lemos da própria Bíblia as palavras, "Deus Vivo". Entre crentes e ateus existem, de facto, diferenças de opiniões sobre Deus, mas suas realidades práticas são iguais e parecidíssimas, igualmente erradas e são profundamente similares. Jesus fala muito nos "hipócritas", aqueles que afirmam que Deus salva quando não está salvando (porque assim evitam que Deus os salve de verdade), aqueles que afirmam que Deus ouve a oração e eles repetem sempre as mesmas orações sem nunca obterem respostas óbvias sem se darem conta de tal facto absurdo. Eles divergem profundamente quanto às suas opiniões em si, mas são igualmente semelhantes quando se fala dum "Deus Vivo". As suas divergências são apenas divergência de ideias e nunca divergência no tipo de vida ou de morte que experimentam.

É pena que Deus se tenha de "calar em Seu amor" então, Sof.3:16, pois caso falasse quando os crentes falam, o mundo acharia que Deus é igual aos crentes; mas desse modo o mundo também ficará sem conhecer o verdadeiro deus e Criador do mundo. No entanto, entendemos que no meio duma tempestade o que se destaca é um canto ou um lugar onde essa tempestade não atinge e no meio dum reboliço, será um canto sossegado que salta à vista de todos nós. O sossego é melhor notado por quem o busca quando uma tempestade o faz contrastar com tudo à sua volta. É bom que as pessoas busquem um Deus vivo e sejam levados a questionar verdades devido ao erro visível da vida dos crentes, o qual só eles próprios nunca enxergam, nem de perto nem de longe. Deus será visto fora das igrejas e não mais dentro delas. O que aconteceu com os fariseus mentirosos, tornará a acontecer em nossos dias. Suas sinagogas nem serão os lugares que Jesus preferencialmente frequenta.

Deus não tem culpa que o crente seja tolo descrente que crê apenas no que lhe convém; mas, se Deus não tem culpa do que o crente faz, já o crente terá culpa na descrença e desconfiança e na vergonha que o mundo sente contra Deus, pois são eles mesmos a maior causa da mentira que assola toda a alma ao seu redor. Os que pregam não caem mais na graça do povo porque são falsos. É neste mundo que se prega da Bíblia que não se deve roubar e saqueiam os dízimos dos pobres e por essa razão a ira de Deus recairá sobre quem os recebe. É precisamente dentro da própria igreja que se praticam os maiores roubos – sempre o foi, com excepção do tempo dos apóstolos. A cidade do Vaticano foi construída com o dinheiro que os pobres pagavam para poderem comer carne durante a época da Páscoa (entre outras coisas mais) e com o que extorquiam aos mártires que eram apanhados a ler a Bíblia numa Língua que entendiam (se não fosse o Latim, eram logo condenados por sacrilégio). Mas nem por isso a cidade mais rica do mundo devolveu ao povo tudo o que lhe roubou até aos dias de hoje e por isso são hoje tão culpados como os de então. Já entre os evangélicos há esta busca de riqueza com os dízimos dos pobres também, há a algazarra que nada tem de paz e concentração em verdade, há doutrina acima de realidade, há gestão pessoal e caprichosa acima de bom-senso e existe capricho acima de amor. A maioria dos pastores são empresários de exploração, muitos dos quais têm empresas que nem pagam os direitos mais elementares de seus trabalhadores. E nem se pense que estou falando maliciosamente sem conhecimento de causa, pois sei e conheço bem quem o faz.

É difícil achar hoje o evangélico que não seja achado a pregar uma denominação em vez de apresentar um Deus vivo em sua vida prática e real. Não é dentro da igreja que se deve falar de Deus ou buscá-Lo, mas Sua existência deve ser uma realidade em qualquer vida, no dia-a-dia, na vida de quem fala d’Ele!

Porque razão, então, o mundo criado se envergonha de seu Criador? Uma das razões será porque quem se usa do nome de Deus, quem usa e desfruta da Bíblia faz transparecer o que é como se não fosse porque se Deus fosse real nem poderiam extorquir e enganar ninguém – porque, na verdade, Deus não é nem pode ser real para os tais.

Lembro-me duma conversa que li entre um actor comediante e uma pastor evangélico. O Pastor perguntou-lhe porque razão as pessoas não reagiam da mesma forma nas suas pregações como o faziam nas suas actuações. Ao que o actor respondeu: "Pastor, você prega verdade como se fosse mentira e eu falo mentira como se fosse verdade – essa é a diferença!" Ora aí está! Por isso lemos, então, "Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Assim pois, por vossa causa, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios, como está escrito", Rom.2:23-24.

José Mateus

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