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PEQUENOS DEUSES
"Filhinhos, guardai-vos dos ídolos", João 5:21

João fala aqui para pessoas que já não eram adoradores de imagens. Já eram “filhinhos” e, por essa razão, já não eram filhos da idolatria. Então, parece muito estranho que se dirija a eles desta forma. Eu creio que ele se está referindo a outro tipo de ídolos: os interiores. Existem imagens de pedra, pau, ouro e prata. Mas, existem imagens dentro da cabeça, como a mulher ideal, o amigo ideal e tudo mais que possa servir o deusinho idealista “Eu”.

Este “deus” tem muitas coisas em comum - ou aparentemente em comum – como verdadeiro Deus do Universo. Ora vejamos:

  1. Senta-se no trono de Deus: o coração do homem. Jesus, quando reina de verdade, senta-se nesse mesmo trono.

  2. Exige confiança nele próprio, isto é, auto-confiança; sem essa confiança torna-se inoperante. A auto-confiança é o substituto da fé e da confiança em Jesus.

  3. Este “deus” no trono de Jesus, substituindo-o, necessita sentir-se seguro ali. Como Herodes, extermina todos que ele pressinta que constituem uma ameaça. Elimina até os seus inimigos fictícios e ganha paranóias estranhas. Torna-se incapaz de se controlar nesse aspecto. Faz qualquer coisa – até fala e “crê” em Deus. (Jesus também quer estar à vontade em nós, sem estar “preocupado” com o dia que possa ser substituído por outro ou outra). Este deusinho busca conforto, segurança, palavras falsas de encorajamento, sentimentos fortes que lhe façam esquecer as ameaças de perda de trono, etc. Não suporta a ideia de abandonar seu trono.

  4. Este deusinho tem seus métodos e sua maneira de agir. Depende da força da carne como o homem submetido a Jesus depende da força do Espírito; usa o braço da carne, busca apoios nos outros, faz promessas que não pode cumprir para angariar atenção e apoios; alegra-se e entristece-se soberbamente conforme a ocasião o exija; chora e ri com segundas intenções; busca a mentira porque sente-se distante da verdade, etc. Jesus usa as armas da sinceridade, rejeita apoios carnais, abomina elogios da carne, etc. Na verdade, tudo que Jesus usa e é constituirá sempre uma séria ameaça a este deusinho. Por essa razão, os verdadeiros são perseguidos sem razão. “Pois, sem causa me armaram ocultamente um laço; sem razão cavaram uma cova para a minha vida”, Sal.35:7.

  5. Para além do mais, este deusinho é feio e incapaz. Logo, tenta embelezar-se, alterar e usar a sua imagem, usa métodos fraudulentos, finge virtudes e chega mesmo a orar ao mesmo Deus para enganar e se enganar. Chega ao ponto de se enganar a si próprio para melhor conseguir os apoios necessários a uma vida de ficção, de pecado e de tortura interior para conseguir o preenchimento dos vácuos e das insatisfações que a vida de pecado deixa para trás ou traz com ela. Na verdade, o deusinho quer uma vida do céu apossando-se do trono (do coração) que nunca poderá ser seu porque, pelas leis da criação ainda existentes em nós, nosso coração só poderá ser de Jesus. O deusinho tem como alvo imitar a vida do céu porque tem as referências da criação. Jesus diz, por Seu lado, “aqui na terra como no céu”. O deusinho tenta conseguir o inverso: “no céu como aqui na terra”.

  6. Tudo que é virtude (tijolo ou pilar na casa da santidade) será imitado, de uma forma ou de outra, mais tarde ou mais cedo, no pequeno reino obscuro deste deusinho. Nós catalogamos as coisas mais feias nesta terra como a prostituição, o assassínio, etc. E são realmente coisas feias e graves de facto. Contudo, as semelhanças do que há no céu são os maiores obstáculos para uma vida de compromisso com Deus. Por essa razão é que isso faz parte do primeiro e principal mandamento. O amor carnal; a alegria fingida; a aparência de verdade, de beleza, de humildade; o esconder e o encobrir do mal (que não existe no céu e por essa razão, o “euzinho” encobre naturalmente e instintivamente para parecer celestial); a falsa fé e a arrogante afirmação de que Deus ouve em oração quando Ele só ouve os verdadeiros; a maneira dos pais “amarem” e educarem seus filhos”; etc.; tudo imitações ou semelhanças do que existe no céu de forma real e natural. O pior de todas as coisas é que, a maioria das pessoas que se tornam vivas em Cristo não levam em conta estas imitações de virtudes e do bem por as acharem coisas boas. Mas, não são, pois são semelhanças do que há no céu e quebram o principal mandamento da Lei de Deus. O ódio, a malícia, o rancor e muitas coisas mais, são coisas que realmente concorrem com o amor de Deus pela posse de um coração. Mas, o que muitos ignoram é que existem outras coisas de melhor aparência que igualmente concorrem com o amor de Deus e disputam o nosso coração e a nossa vida. Essas coisas são: o amor carnal, a forma de pais e mães amarem, a força da carne, a cordialidade carnal, amabilidade e fingimento que procuram agradar pessoas ao invés de amá-las com aquele tipo de amor que repreende quando é preciso e consola nas coisas certas e nos momentos certos também. Tenha cuidado com o amor paralelo, a simpatia paralela, a cordialidade paralela, a oferta do dízimo paralela, a leitura da Bíblia paralela, a esperança falsa ou mentirosa - tudo coisas que a carne faz muito bem! Devemos ler a Bíblia para mudarmos a vida e não para passarmos um tempo religioso; ter esperança porque/quando Deus realmente fala; devemos orar para obtermos coisas concretas e importantes para o reino de Deus e não para passarmos um tempo falando sozinhos. Se déssemos o dizimo para que o reino de Deus se espalhe pelo mundo, recusaríamos dá-lo ao vermos como os que recebem usam-no para enriquecerem e para viverem no luxo. Precisa ter um cuidado especial com as aparências, com as coisas paralelas, quanto deve ter com aquelas coisas que são pecados óbvios. São coisas igualmente mortais ou ainda piores, pois são as armas de imitação daquilo que existe no céu, as quais pertencem ao deusinho "eu" e servem-no sempre.

Qualquer deus busca ser servido. Baseia seus instintos nos direitos que acha que tem. Por exemplo, um filho acha que os pais têm obrigação de lhes darem tudo, mesmo quando os pais não têm como dar o que pedem. Uma das coisas inegociáveis deste deusinho, são os direitos que acha que tem. Por essa razão é que, uma das primeiras coisas que Jesus pede de nossa mão é a entrega incondicional desses direitos sobre nossa vida, nosso lar, nossas coisas, nossas possessões e tudo mais que esse deusinho usurpou para ele e para seu serviço. Todo deus defende seu território, seu altar, seus métodos… seus prazeres… seus fãs. Mesmo depois do deusinho estar morto, Jesus faz questão de destruir juntamente com ele, passo a passo, todas as armas do seu ex-reino – ou do seu reino. Amem.

José Mateus

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