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A ESPERANÇA QUE VEM CONNOSCO
"(...) à perseverança a experiência e à experiência a esperança; e a (esta) esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado", Rom.5:4-5

É melhor ler este versículo com maior atenção antes de falarmos sobre ele. Ali fala que existe esperança que desaponta, mesmo que aqui se aluda a tal facto indirectamente.

Todo pecador é criação de Deus. Toda criação nasce com conceitos, constituições, mecanismos, esperanças que fora de Deus nunca funcionam e dentro de Deus funcionam na perfeição de Seu jeito apenas e com Ele na liderança. É como humidade querer ser o que ela é sem ser água. Criação sem Criador é como ar sem oxigénio: só serve para matar. E qualquer pessoa pode respirar ar que não tem oxigénio nele, tal como pode tentar viver sem seu Criador e ainda assim ter esperança porque foi feito para ter esperança como foi feito para respirar. Mas sem Deus toda a esperança é falsa. O facto de não haver oxigénio nunca impedirá alguém de respirar, pois todos foram feitos para respirar como se faz algo que é normal fazer, com toda a naturalidade de criação que se é.

Assim, achamos as pessoas com uma essência dentro deles que os alerta para o facto que tudo de bom lhes poderá acontecer quando nem é verdade. Por essa razão, também, podem ser levados a conseguir crer que tudo de mal lhes poderá acontecer devido às decepções e porque a esperança falsa que tinham os desapontou. Achar que tudo de mal lhes poderá acontecer, também é crer na mentira por teimosia. Nasceram com capacidade de ter esperança, pois a criação recebeu do Criador o saber esperar. Assim, vemos também todo homem afastar-se irremediavelmente do Criador, onde sua constituição desde sua essência funciona com perfeição, mas nem bate certo no mundo onde entrou longe de Deus e de Seus jeitos de fazer tudo – só perto de Deus sua constituição pode dar frutos. Por isso é que conheceremos as árvores pelos frutos que dão (e não por aqueles que dizem que dão). O homem esperançoso (devido à criação que é) saiu de onde pode receber tudo aquilo que espera e vai para onde espera sem poder receber. Por essa razão e como consequência do desapontamento por ter vivido num mundo onde ele nem pertence, todo homem aprendeu a ser descrente e persiste em sê-lo quando tudo se fez novo nele e para ele porque voltou para Cristo, seu Criador. Também existe a opção da pessoa se obrigar a crer, mentindo para ela mesma, estando longe de Deus. A maioria dos evangélicos de hoje caem dentro dessa categoria, pois, a verdade juntamente com o desejo de saber a verdade,  impele-os a crerem em algo que poderia ser verdade e verdadeiro e só não é porque eles não são verdadeiros e escondem seus pecados porque acham que necessitam dar testemunho desse jeito.

Agora temos um homem perdido num mundo onde nada bate certo como criação que é. É ali que nasce a solidão no meio de gente; nasce a tristeza em festas mundanas; nasce o vicio que nem satisfaz; e tudo isso porque o mundo sem Deus é um abismo amplo, mas vazio. Mas, ao contrário de Adão que sabia o que era andar com Deus por experiência antes da queda e por essa razão conhecia qual a diferença entre as duas vidas que experimentou, nenhum pecador experimentou o que é a verdadeira vida (antes de se achar em Cristo e em Sua plenitude). E, mesmo quando chega a experimentar tudo aquilo que Deus prometeu, tem sempre tendência a voltar para as memórias antigas de sofridão que antes achava serem carinho devido à assimilação que fez em toda a sua vida de perdição. O pecador foi induzido a pensar que algo era o que não é, que egoísmo era amor, que a perdição seria felicidade. Adão tinha as memórias de outra Vida plena e repleta, quando todo pecador actual tem como referencias todo seu mundo de pecado e de como se faz valer e se sente num mundo onde tudo era feito conforme cada homem sentia vontade de fazer. O homem não faz o que sente – ele faz conforme se sente. Não é o que sente que domina seu coração, mas é seu coração que domina tudo que sente conforme vai sentindo. As pessoas, quando mudam dum ambiente de emprego ou de outra coisa que acham desagradável, achando que estão a mudar para melhor, devem saber que estão levando seu coração com eles - aquele que se sentia mal num certo lugar. Eles terminarão sendo dominados pelo mesmo coração lá para onde vão também.

Nesse mundo perdido e sem esperança (mas cheio de esperança falsa), todos anseiam por aquilo com que sonham, pensando, com isso, que encherão seu cântaro de felicidade dum jeito ou de outro, mais cedo ou mais tarde. Só que, seus sonhos colaram-se à perversão e se influenciaram pelas regras e normas desse mundo que sempre se acha natural, pois sua constituição de ser esperançoso só tem seu mundo como referência e preferência e não aquele mundo para o qual foi criado. Tal pessoa não vai saber distinguir porque será uma ovelha perdida. Todo homem tornou-se uma contradição em seu mundo perdido. Por essa razão ouvimos Deus falar "Volta, povo Meu". É preciso voltar para onde funcionamos como criação perfeita que somos. Só n’Ele funcionaremos plenamente. E só Cristo nos faz voltar para lá, recriando-nos por dentro e por fora.

Assim, acontece que todo pecador tem muitas aspirações e desejos que terminam sempre em inaptidão e confusão, irremediavelmente, sempre em desapontamento profundo porque tem constituição para crer e para ter esperança, para esperar de Deus e dos homens e os homens são falsos e Deus está ausente. Mesmo durante todos os anos de auge durante os quais seu apetite se consola com seu aparente sucesso o qual o engana de forma continuada e o mantém ocupado com sua vida que acha que não será fútil, todo homem sente um certo vazio nele mesmo e recebe muitos conselhos práticos de como atenuá-lo - apenas atenuá-lo. Mas é tudo em vão – e isso é algo que todo homem se recusa a aceitar como sendo assim. É aí que nasce a palavra optimismo e ser optimista nem sempre é ser-se verdadeiro. Logo, o desapontamento será enorme caso a criatura não ache Deus de verdade, pois quase todos os evangélicos acharam um Deus de suas próprias cabeças e fé que nem é prática e funcional. Expressam as virtudes de Deus, colocam-nas em ordem e em perspectiva doutrinária e nunca experimentam Quem salva do pecado enquanto falam como os outros têm de se salvar e eles mesmos nunca se acham salvos de seus próprios desvios que escondem. Queria só poder expressar aqui quantos líderes vêm ter comigo para afirmarem que nunca conheceram Deus de verdade, tal como Ele é!

Se a esperança é falsa e existe apenas porque todo homem foi criado para ter esperança e para esperar tudo que é bom porque Deus é bom e esperamos d'Ele, ou se a esperança pode realmente ser concretizada mas o homem nunca a alcança (algo que acontece com a grande maioria de todos os evangélicos hoje), logo tem de haver uma explicação para esse fenómeno estranho. É que lemos que a verdadeira esperança só pode ser produzida e aceite por todos nós após uma vida experimental que elimina do homem todas as suas memórias sujas ou aparentemente limpas, optimistas ou pessimistas, defensoras ou acusadoras. A existência de vida real elimina do homem toda a lembrança de pecado, todo jeito de ser anterior à conversão enquanto a ausência de vida convence o homem que foi perdoado quando nem é verdade - o homem apenas crê no que deseja que fosse verdade porque tem a capacidade de crer. Lemos também que, "a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado", Rom.5:4-5. Se esse amor não for real e abundante, se estiver derramado, essa esperança vai desapontar, seguramente. Se não for a experiência duma vida total em Cristo a trazer essa esperança, esta nunca se concretizará e permanecerá sendo falsa – mesmo que haja nascido com o homem. Essa esperança dará ânimo a todo homem que a tem ainda, mas nunca lhe dará vida constante para sempre e por essa razão terminará desapontando. A única coisa que assegurará a real concretização e efectivação de qualquer coisa que se espera, é Deus em Sua plenitude total e incondicional - apenas Sua presença real, Ele sendo deveras Emanuel. E apenas ali podemos crer no que nos fala. Crermos de outro jeito será mentir para nós mesmos. E se estivermos n'Ele e não crermos, também será mentir. Ámen.

José Mateus

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